Trilhas para a Melancolia

Lançado em agosto de 2024, Trilhas para a Melancolia é o primeiro álbum solo de Rodrigo Siqueira. São dez faixas que percorrem diferentes estados de espírito, entre a dor, a crítica, a memória e a esperança. Um trabalho que une a força do rock a elementos da música brasileira, com arranjos que trazem violão, viola caipira e guitarra em perfeita harmonia.

A jornada começa com “Tudo Bem”, uma canção que fala da solidão e da perda, revelando um eu lírico que disfarça a dor enquanto encara o vazio. Em “Do Exílio”, a chuva e o cinza simbolizam tanto isolamento quanto renovação, num convite a aceitar que tudo passa. Já “Teatro de Sombras” traz a metáfora do palco para falar de lembranças e máscaras sociais, enquanto “Girassóis” abre espaço para a coragem e a resistência, transformando a dor em luz.

O álbum também reserva momentos íntimos, como “O Que Fizemos de Nós”, marcada pela ausência e pela lembrança de um amor perdido, e outros bem-humorados, como “Um Rock Brega Pra Você Me Notar”, que brinca com os exageros da paixão não correspondida.

A parte final amplia o horizonte: “Terra de Santa Cruz”, única faixa instrumental, cria um momento de pausa e reflexão; “A Vitória de Santo Antão” celebra a fé popular e a memória nordestina em ritmo de baião; e “O Violeiro e a Mãe D’Água” resgata a força do folclore para narrar desilusões e encantos. O encerramento chega com “Na Contramão”, em que a solidão deixa de ser peso e passa a ser abrigo, num desfecho sereno e contemplativo.

Mais do que um álbum, Trilhas para a Melancolia é uma travessia. Entre perdas e recomeços, Rodrigo Siqueira transforma sentimentos profundos em música, mostrando que até nos caminhos mais escuros pode haver beleza e resistência.

Discografia